1 As evidências de que a reencarnação é um fato baseiam-se essencialmente no seguinte:
Na regressão da memória às existências passadas, que pode efetuar-se por força de
sugestão ou da recordação espontânea de existências anteriores, sem que se identifique
uma causa que a justifique. Neste último caso, a recordação pode dar-se tanto no sono
comum como no estado de vigília, como os casos pesquisados, entre outros, pelos
professores H. N. Banerjee e Ian Stevenson (1)
Na revelação obtida por meio da mediunidade, em que Espíritos transmitem revelações
sobre existências anteriores próprias ou de terceiros.
No fato das ideias inatas e da existência dos meninos prodígios, assunto que continua a
abalar as bases científicas da hereditariedade.
2 Secundariamente, não como prova de sua existência, mas como indício óbvio de sua
antiguidade no pensamento humano, a reencarnação é também ensinada por diversas
escolas religiosas – notadamente as orientais – e filosóficas. Pitágoras, por exemplo, foi um
dos seus defensores mais ardorosos.
3 Alguns fatos registrados nos anais da história merecem ser aqui lembrados, por
constituírem testemunhos importantes em favor da realidade da reencarnação:
Juliano, o Apóstata, lembrava-se de ter sido Alexandre da Macedônia.
O poeta Lamartine declara em sua “Viagem ao Oriente” ter tido reminiscências muito claras
de suas existências passadas.
O escritor francês Mery recordava-se de ter combatido na guerra das Gálias e também na
Germânia, quando então se chamara Minius.
O sensitivo Edgar Cayce, em transe mediúnico, revelava fatos de existências anteriores das
pessoas que o procuravam e dele mesmo. Cayce afirma que numa existência
imediatamente anterior fora John Bainbridge, nascido nas Ilhas Britânicas em 1742.
A reencarnação é também provada pelas revelações espíritas
4 Pela regressão da memória obtida tanto por meio da hipnose, como pela simples
sugestão, método que é usado largamente por terapeutas diversos, têm sido obtidas
grandes e numerosas evidências da reencarnação.
5 O psiquiatra inglês Denys Kelsey relata em seu livro “Muitas Existências”, escrito em
parceria com sua esposa, o caso de um cliente, profissional liberal de meia-idade, afligido
por persistente e invencível inclinação homossexual. Depois de aplicar os métodos
clássicos da psicanálise, sem nenhum resultado, numa sessão de hipnose, já pela décima
quarta consulta, o paciente começou a descrever episódios de uma existência vivida entre os hititas (2) quando, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, acostumada ao
luxo, exercera grande poder sobre o marido. Quando a beleza física se foi e o marido
deixou de interessar-se por ela, o choque emocional foi muito forte para a sua natureza
apaixonada. Tentando atrair terríveis malefícios sobre seu esposo, ela pediu a um sacerdote
de Baal que o amaldiçoasse; mas acabou assassinada, levando para o Além toda a
frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece,
deduziu o Dr. Kelsey, o episódio estava repercutindo na existência atual, na qual a mesma
pessoa experimentava inclinação homossexual.
6 Como exemplos de provas da reencarnação por meio de ditados mediúnicos, Gabriel
Delanne, em seu livro “A Reencarnação”, cita vários casos. Eis um deles, que lhe foi
relatado pelo Sr. E. B. de Reyle, por meio de uma carta: “Em agosto de 1886, fizemos uma
sessão de evocação, no curso da qual se apresentou, a princípio pela tiptologia, e depois, a
nosso pedido, pela escrita medianímica, uma entidade que meus pais perderam, ainda de
pouca idade... Assegurava esperar, para reencarnar-se, o nascimento do meu primeiro filho,
especificando que seria rapaz e viria dentro de 18 meses. Não se esperava uma criança.
Ora, em fevereiro de 1888, nascia o nosso filho mais velho, que recebeu o nome de Allan,
na data prevista, com o sexo predito”.
A doutrina da reencarnação estimula o progresso coletivo e individual
7 Allan Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Qual a origem das faculdades
extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos
conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?” Os Espíritos responderam: “Lembrança do
passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres
que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora
troque de roupagem”. Nessa citação encontramos mais uma prova da reencarnação: a das
ideias inatas. A História nos revela inúmeros exemplos de gênios, de sábios, de homens
valorosos cujos pais, ou mesmo seus filhos, não foram grandiosos como eles.
8 Alguns desses Espíritos foram na Terra o que costumamos chamar de meninos prodígios,
cujo talento conseguiu pôr em dúvida as leis da hereditariedade. Evidentemente, o
Espiritismo não nega a hereditariedade física ou genésica, mas repele a idéia de que exista
uma herança moral ou intelectual transmissível de pais para filhos. De fato, sabemos que
vários sábios nasceram em meios obscuros, como é o caso de Augusto Comte, Espinosa,
Kleper, Kant, Bacon, Young, Claude Bernard etc., enquanto homens de valor tiveram como
descendentes pessoas comuns ou mesmo medíocres. Péricles, por exemplo, procriou dois
tolos. Sócrates e Temístocles tiveram filhos indignos de seus nomes, e os exemplos não
param por aí, porque são muitos e conhecidos.
9 Ante as provas mencionadas, a tese da reencarnação mostra ser uma doutrina
renovadora, porque estimula o progresso individual e, consequentemente, o coletivo. A reencarnação revela-nos o que fomos, o que somos e o que seremos, e constitui o
instrumento por excelência da lei do progresso e da aplicação da lei de causa e efeito.
10. A doutrina das vidas sucessivas – ao contrário da crença de que somos condenados a
uma pena eterna depois de uma única oportunidade na vida – satisfaz, pois, todas as
aspirações de nossa alma, que exige uma explicação lógica do problema do destino. E, o
que é inegavelmente mais importante, ela se concilia perfeitamente com a idéia de que
existe uma Providência divina, ao mesmo tempo justa e boa, que não pune nossas faltas
com suplícios eternos, mas que nos enseja, a cada instante, o poder de reparar nossos
erros, elevando-nos na escala evolutiva graças aos nossos próprios esforços.
(1) Ian Stevenson, da Universidade de Virgínia (EUA),autor do livro “Vinte Casos
Sugestivos de Reencarnação”, relata nessa obra experiências de pessoas que recordam
espontaneamente episódios de existências anteriores, espécie de fenômenos a que se deu
o nome de “memória extracerebral”.
(2) Os hititas habitaram a Síria setentrional por volta de 1900 a.C.
Thiago Bernardes – As provas da reencarnação - O Consolador – Nº 82 – 16/11/2008
Bibliografia:
Kardec Allan, O Livro dos Espíritos, (Questões 219 e 222).
Gabriel Delanne, A Reencarnação, (pag. 178, 234, 235, 236, 266 e 310).
Hermínio C. Miranda, (pags 125, 126, 239 e 242).
Ian Stevenson, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação.
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