Pesquisar este blog
sexta-feira, 29 de setembro de 2023
Provas - Destino versus escolha das provas
Provas - Provações antecipadas
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Provas - A prova cabal
Provas - Escolha das provas
Provas - Transição planetária
Provas - Perante as provações
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Provas - O que devemos entender por "provas"?
O termo prova é amplamente encontrado no vocabulário espírita. Eventualmente se encontra a palavra provação, que segundo o dicionário Michaelis tem o mesmo significado de prova. Como devemos entender, do ponto de vista espírita, tal vocábulo?
O dicionário Michaelis dá para o vocábulo prova várias definições. Nos detemos apenas em duas:
01- Aquilo que serve para estabelecer uma verdade por verificação ou demonstração, que mostra ou confirma a verdade de um fato, o mesmo que teste.
02- ensaio, experiência.
Embora admitamos que, eventualmente, Kardec se valeu da palavra prova como teste / verificação de conhecimentos, na sua acepção primitiva, tal como foi usada pelos Espíritos que assessoraram Kardec, a segunda definição – ensaio, experiência – nos parece mais adequada.
Não há lógica na ideia de que Deus nos envie à dimensão física para nos testar, no que quer que seja, pois, conhecendo o futuro, sabe de nossas possibilidades, se venceremos essa ou aquela situação existencial. As realidades particulares ou difíceis que encontramos durante a existência física são possibilidades de vivenciar determinadas situações, acumular experiências, desenvolver habilidades, reforçar as resistências morais. Não são testes na acepção comum do termo, mas sim experiências que contribuem para o nosso crescimento espiritual.
Essas ideias encontram ressonância no pensamento de Emmanuel. Chamado a diferenciar provação de expiação, na questão 246 do livro O consolador, assim se manifesta: A provação é a luta que ensina ao discípulo rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho e da edificação espiritual.
Em O Livro dos Espíritos, na resposta à questão 634 encontramos:
[...] é necessário que o Espírito adquira a experiência, e para isso é necessário que ele conheça o bem e o mal; eis porque existe a união do Espírito e do corpo.
Ainda no mesmo livro, item 872, Kardec escreve:
[...] A vida corpórea lhe é dada para purgar-se de suas imperfeições através das provas que nela sofre […]
Na questão 501, quando Kardec indaga por que a ação dos Espíritos em nossa vida é oculta, os Benfeitores respondem:
Se contásseis com o seu apoio não agiríeis por vós mesmos e o nosso Espírito não progrediria. Para que ele possa adiantar-se necessita de experiência e em geral é preciso que adquira à sua custa; é necessário que exercite as suas forças, sem o que seria como uma criança a quem não deixam andar sozinha.
E finalmente na resposta ao item 871:
[...] A prova não tem por fim esclarecer a Deus sobre o mérito do homem, porque Deus sabe perfeitamente o que ele vale, mas deixar ao homem toda a responsabilidade da sua ação, uma vez que ele tem a liberdade de fazer ou não fazer. Podendo o homem escolher entre o bem e o mal, a prova tem por fim colocá-lo ante a tentação do mal, deixando-lhe todo o mérito da resistência.
Os termos grifados por nós: luta que ensina, adquira a experiência, purgar-se de suas imperfeições, necessita de experiência, adquira à sua custa, exercite as suas forças, responsabilidade da sua ação e mérito da resistência nos parece relacionar-se bem com a definição de prova que defendemos.
Esperamos ter contribuído com o debate, que continua aberto para novas avaliações.
Ricardo Baesso de Oliveira – O que devemos entender por “provas”?
- O Consolador – Nº 417 – 07/06/2015
Provas - A Terra: planeta de provas e expiações
A Terra e seus habitantes
1 Vimos em ocasião anterior que os mundos dividem-se em cinco categorias e que, nos chamados mundos de expiação e provas, que é a atual condição da Terra, o mal predomina. Essa é a razão por que neste planeta o homem vive a braços com tantas misérias.
2 Na Terra, diz Santo Agostinho (Espírito), os Espíritos em expiação são, se assim se pode dizer, seres estrangeiros, indivíduos que já viveram em outros mundos. Entretanto, nem todos os Espíritos que se encarnam neste planeta vêm para ele em expiação. Os povos chamados selvagens são formados de Espíritos que apenas saíram da infância espiritual e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contato com Espíritos mais adiantados.
3 Vêm depois delas as coletividades semicivilizadas, constituídas desses mesmos Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aqui se elevaram pouco a pouco, em longos períodos seculares.
A destinação futura da Terra
4 A felicidade não pode existir ainda na Terra porque, em sua generalidade, as criaturas humanas se encontram endividadas, intoxicadas, despreparadas, e não sabem contemplar a grandeza das paisagens que as cercam no planeta. Mas é encarnando-se aqui, neste globo, que a criatura edifica as bases da sua ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições para o mundo divino de sua consciência.
5 Um dia a Terra sairá do estágio de expiação e provas e passará para a condição de mundo de regeneração, porquanto este globo está, como tudo na Natureza, submetido à lei do progresso. A Terra progride, assim, material e moralmente.
6 Materialmente ou fisicamente, pela transformação dos elementos que a compõem. Moralmente, pela depuração dos Espíritos encarnados e desencarnados que a povoam. Esses progressos se realizam paralelamente, visto que o melhoramento da habitação guarda relação com o aprimoramento do habitante.
7 Fisicamente, o globo terráqueo tem experimentado transformações que o vêm tornando sucessivamente habitável por seres cada vez mais aperfeiçoados. Moralmente, a humanidade progride pelo desenvolvimento da inteligência, do senso moral e do abrandamento dos costumes. Para que a felicidade impere na Terra torna-se preciso, pois, que somente a povoem Espíritos bons, que somente ao bem se dediquem.
A geração futura
8 Havendo chegado o tempo, grande migração se verifica entre os planetas. Os que praticam o mal pelo mal, ainda não tocados pelo sentimento do bem, não mais sendo dignos do planeta transformado, são dele excluídos, porque sua presença constituiria obstáculo ao progresso. Irão tais Espíritos expiar, dessa forma, o endurecimento de seus corações em mundos inferiores, ou em raças existentes na Terra moralmente mais atrasadas. Substituí-los por Espíritos melhores, que farão reinar em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade.
9 A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual geração desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. Em cada criança que nascer, em vez de um Espírito atrasado e inclinado ao mal, que antes nela encarnaria, virá um Espírito mais adiantado e propenso ao bem.
10 A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada de outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distinguirá por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento inato do bem e à crença espiritualista, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento anterior.
11 A destinação imediata da Terra, segundo o Espiritismo, é tornar-se mundo de regeneração. Continuando, porém, no seu progresso ininterrupto, ela ascenderá a planos cada vez mais altos, até chegar à perfeição a que todos nós estamos destinados.
Thiago Bernardes – A Terra: planeta de provas e expiações
- O Consolador – Nº 29 – 02/11/2007
Bibliografia:
Kardec Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo,(cap. 3, itens 4, 6, 13, 14 e 15.)
Kardec
Allan, A Gênese, (cap. IX,
item 1; cap. XVIII, itens 2, 27 e 28.)
Emmanuel,
O Consolador, (pergunta
240), (Chico Xavier).
Provas - Provas ou expiações
A humanidade movimenta-se bastante aturdida na Terra, planeta de provas e expiações, por causa do seu atual estágio evolutivo, onde seus habitantes ainda bem longe estão da pureza e da perfeição a que está destinada; residindo momentaneamente neste abençoado planeta que nos abriga e concede oportunidades para nos redimirmos diante das perfeitas Leis Naturais, que regem com justiça os destinos dos seus habitantes, capacitando-os a seguir para moradas bem mais interessantes. Na maioria das vezes, ficamos perplexos diante do que constatamos no dia-a-dia de nossas vidas, porque nos falta ainda a devida compreensão desses mecanismos automáticos que nos surpreendem em cada ação que perpetramos, dando-nos o justo salário pela obra executada, concedendo na medida certa o doce sabor da paz interior pelas boas obras realizadas ou o sabor amargo pelas menos felizes que empreendemos diante do próximo ou da vida.
Assim sendo, como desde os distanciados séculos de nossa criação nos dedicamos em maior parte às más construções, estamos em maioria esmagadora diante das aflições pelas quais passamos na atual existência e que muitas das vezes não encontramos motivos que justifiquem tais situações afligentes, que nos sucedem no presente, e que nos deixam desesperados e revoltados a blasfemar contra o Criador, que, parece, não está se importando com nossos sofrimentos tão “injustos”.
No entanto, não são os sofrimentos atuais somente o resultado das nossas obras infrutíferas de ontem, mas, para muitos de nós, são provas que buscamos realizar com sucesso para galgarmos subir alguns degraus na escala evolutiva do Espírito Imortal, conforme podemos constatar pelos ensinos dos Espíritos Superiores na matéria que segue.
“9. Não há crer, no entanto, que todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta. Tais são, especialmente, essas pessoas de instintos naturalmente bons, de alma elevada, de nobres sentimentos inatos, que parece nada de mau haverem trazido de suas precedentes existências e que sofrem, com resignação toda cristã, as maiores dores, somente pedindo a Deus que as possam suportar sem murmurar. Pode-se, ao contrário, considerar como expiações as aflições que provocam queixas e impelem o homem à revolta contra Deus.
“Sem dúvida, o sofrimento que não provoca queixumes pode ser uma expiação; mas é indício de que foi buscada voluntariamente, antes que imposta, e constitui prova de forte resolução, o que é sinal de progresso.
“10. Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passageiros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências corpóreas é que os
Espíritos se vão expungindo, pouco a pouco, de suas imperfeições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto mais enérgico deve ser o remédio. Aquele, pois, que muito sofre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à ideia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tornar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.” (Os grifos são do articulista.) (1)
Resta-nos encarar com decisão as nossas atuais dificuldades, pois não estaremos em uma situação qualquer sem nada termos contribuído para tal, e estejamos absolutamente certos de que teremos quantas oportunidades nos forem necessárias para alcançar o fim a que todos estamos destinados pela Soberana Inteligência Universal, que é a pureza espiritual e a perfeição relativa; e não nos cabe fiscalizar as ações do nosso próximo, pois, segundo nos afirmou o Mestre de Nazaré, a cada um será dado segundo suas próprias obras.
Foi Jesus quem nos propôs que não julgássemos os nossos semelhantes, pois, se assim procedermos, poderemos estar cometendo enorme injustiça para com muitos dos irmãos em sofrimento na Terra, que em verdade não estão em processo expiatório, como poderíamos achar, mas sim em prova com finalidades nobres de crescimento e evolução moral espiritual.
Fonte:
(1) Kardec Allan, O Evangelho segundo o Espiritismo, (cap. V, itens 9 e 10)
Francisco Rebouças – Provas ou expiações – Caminhos para a felicidade
- O Consolador – Nº 109 – 31/05/2015
Provas - Fé em Deus
A fé em Deus não te arredará das provas inevitáveis, mas te investirá na força devida para suportá-las; Não te afastará os obstáculos do ...